O meu amigo e colega James Hore-Ruthven, que morreu aos 75 anos de idade, foi um pioneiro no campo da resolução de conflitos. Ele encontrou seu chamado quando era adolescente, durante visitas a um centro de reconciliação na aldeia alpina de Caux, na Suíça, que se tornou internacionalmente conhecida por seu papel de reconciliação após a segunda guerra mundial. Milhares de franceses, alemães, britânicos, escandinavos e japoneses se reuniram ali em um espírito de aproximação.
Mais tarde, James tornou-se membro do conselho de curadores da Fundação Caux, servindo de 1978 a 2006. Ele foi uma figura importante em seu trabalho internacional de pacificação, desde o Chifre da África até o Extremo Oriente, incluindo a Irlanda do Norte.
Na Grã-Bretanha, esse trabalho ficou conhecido como Agenda para a Reconciliação / Agenda for Reconciliation, que James iniciou no início dos anos 90. “Olhando para o mundo hoje, como é tolo pensar que podemos construir um futuro pacífico sem curar as feridas da história”, ele comentou.
James nasceu em Londres e veio de uma família proprietária da pitoresca vila de Clovelly, no norte de Devon. Ele poderia ter escolhido uma carreira militar. Seu tio, o primeiro conde de Gowrie, ganhou o CV na batalha de Omdurman no Sudão em 1898 e tornou-se Governador Geral da Austrália. O pai de James, Malise Hore-Ruthven, foi coronel da Vigilância Negra / Black Watch e serviu na guerra Anglo Boer e na Primeira Guerra Mundial.
Em vez disso, James se alistou na campanha pós-guerra de "rearmamento moral e espiritual" fundada por Frank Buchman e agora conhecida como Iniciativas de Mudança. Do trabalho cristão pré-guerra de Buchman com estudantes em Oxford surgiu o Grupo de Oxford, que continua sendo uma instituição de caridade registrada na Grã-Bretanha. Por 34 anos, a partir de 1966, James fez parte do conselho de curadores, servindo duas vezes como presidente (1993-96, 2006-07). Seu sábio conselho foi uma fonte de grande encorajamento para os membros mais jovens, inclusive eu, que agora ocupam cargos de liderança nesse tipo de trabalho.
James conheceu Dron Craig, filha de um empresário do aço de Glasgow, em Caux, e eles se casaram em 1965. Ela morreu em 2002. Ele sobreviveu por uma filha, Angela, um filho, Sandy, e dois netos.
Este obituário foi publicado pela primeira vez no site do The Guardian em sua coluna Other Lives.
English
