O Tenente-Coronel Alan Knight foi um dos colonos brancos que liderou o movimento de reconciliação racial e parceria no Quênia após o Mau Mau.
Nascido em Dublin em 1916, ele chegou ao Quênia com seus pais em 1920, onde estabeleceram a primeira Igreja Anglicana em Eldoret, oeste do Quênia. Ele cresceu em Kitale, foi educado na Monkton Combe School, em Somerset, e estudou agricultura no Wye College, em Kent.
Enquanto estava lá, ele foi apresentado ao trabalho moral e espiritual do grupo cristão evangélico chamado de Grupo de Oxford (mais tarde conhecido como Rearmamento Moral) e encontrou visão e direção para o resto de sua vida. Ele voltou ao Quênia em 1937 para desenvolver a fazenda da família e ingressou no Regimento do Quênia. Enquanto enviado para Nakuru, ele conheceu e se casou, em 1942, com Maude Langridge. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele foi destacado para os rifles africanos do rei e como tenente-coronel comandou um batalhão na campanha da Etiópia. Era brigadeiro interino quando foi desmobilizado em 1946.
Ele voltou à agricultura em Kitale e atuou como presidente do conselho distrital responsável pelo desenvolvimento agrícola. Em um gesto inédito no Quênia colonial, deu a cada um de seus trabalhadores de longa data cinco acres da fazenda e tornou-se parte de uma empresa cooperativa exemplar.
Entretanto, o descontentamento entre algumas tribos desafortunadas e sem terra do Quênia levou ao movimento Mau Mau, que se comprometeu a expulsar os colonos brancos do Quênia. O governo colonial declarou o estado de emergência e internou um grande número de suspeitos de terrorismo.
Knight foi convidado pelo governo para servir como comandante e selecionar uma equipe para administrar um campo de detenção no rio Athi, onde cerca de 2.000 dos Mau Mau mais dedicados foram mantidos. Profundamente preocupado com o ódio intenso no campo, Knight em um estágio crítico, e como um comandante de uniforme, dirigiu-se aos prisioneiros desfilados.
Falando com eles em suaíli, ele se desculpou pela maneira como ele e outros brancos se comportaram no Quênia. Expressou a esperança de que eles e outros amigos o ajudariam com ideias semelhantes a reconstruir o Quênia com base na confiança. Após um longo período de silêncio, os homens romperam as fileiras e ficaram ao lado dele. Alguns apertaram suas mãos e disseram: 'Se você realmente quer dizer o que disse, então é o caminho da união e, com base nisso, podemos ficar com você.'
Previsivelmente, esse passo ousado levantou a oposição de altos funcionários brancos. O comissário das prisões, no entanto, reconheceu a importância do rio Athi em comparação com outros campos de detenção e, em 1957, recomendou que Knight fosse nomeado MBE por seu trabalho de reconciliação.
Depois de se aposentarem da agricultura em 1975, Alan e Maude Knight mudaram-se para Nairóbi, onde desenvolveram um belo jardim botânico que abriram a todos os interessados em construir um novo Quênia. Knight tinha a convicção de que o Quênia poderia desempenhar um papel mais amplo no contexto de vizinhos dilacerados por conflitos, e refugiados e exilados da Somália, Etiópia, Sudão e Ruanda frequentemente podiam ser encontrados em seu jardim conversando e inspirando-se. Estudantes universitários, crianças de rua e órfãos de Nairóbi também se encontraram sob as magníficas árvores.
Após a morte de Maude em 1990, Alan dedicou seu tempo, energia e casa para fazer a diferença no Quênia. Ele iniciou e implementou a Campanha Eleição Limpa que foi levada aos confins do país nas eleições de 1998. No ano passado, ele e um grupo de quenianos ajudaram a lançar a Clean Kenya Campaign para combater a corrupção no Quênia e mais além.
H P Elliott e J Baynard-Smith
Alan Knight, agricultor, soldado e defensor da paz: nascido em Dublin em 5 de novembro de 1916; MBE 1957; casado em 1942 com Maude Langridge - falecida em 1990; eles tiveram um filho e uma filha); faleceu em Nairóbi, em 1 de abril de 1999.
Publicado pela primeira vez em The Independent, 12 de junho de 1999.
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